O decreto de prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro nesta última segunda-feira (5) caiu como uma bomba no meio político brasileiro. Acusado de envolvimento direto na tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, Bolsonaro agora cumpre medida cautelar imposta pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que inclui uso de tornozeleira eletrônica e restrições severas de comunicação.
O impacto imediato se fez sentir no Congresso Nacional. Deputados da base bolsonarista anunciaram um protesto inusitado: prometeram ficar em absoluto silêncio nos trabalhos legislativos até que Bolsonaro seja libertado. Parlamentares alinhados ao ex-presidente deixaram de discursar nas sessões plenárias, retiraram projetos de pauta e têm evitado qualquer manifestação pública, inclusive nas redes sociais.
Esse movimento escancara o nível de dependência política que o bolsonarismo ainda mantém em relação à figura de Jair Bolsonaro. Sem ele à frente, a base perde fôlego, coesão e estratégia. A prisão provocou também um racha interno: alguns parlamentares preferem manter a pressão institucional e dialogar com o Judiciário, enquanto outros defendem radicalização nas ruas.
Enquanto isso, partidos do centrão observam com cautela. Muitos aguardam a evolução do caso para definir se permanecem ao lado do ex-presidente ou se buscam novo rumo político.