Setor Norte Lança Música Impactante Que Confronta a Rotina, Solidão e a Estrutura Social

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A canção chega como primeira amostra do álbum de estreia do grupo, previsto para o segundo semestre de 2025. Com uma linguagem sonora que cruza trip hop, trap e paisagens urbanas eletrônicas, “Até o Fim” carrega o DNA de um Rio de Janeiro que pulsa entre o caos e a beleza, e que se expressa por meio de letras cruas e emocionais.


O projeto tem um forte elo com a história de Marcelo Yuka, fundador do O Rappa e referência na música brasileira. Pedro, irmão caçula de Yuka, herdou o estúdio do compositor após sua morte em 2019 e, a partir do luto, iniciou um processo de transformação pessoal e artística. “Assumir o estúdio que foi dele foi uma tentativa de manter algo vivo, mesmo em meio ao luto. A música surgiu como saída de vida”, conta Pedro.


Foi nesse processo que surgiu o reencontro com Rômulo Catharino, músico e parceiro de Marcelo nos últimos trabalhos. Juntos, deram vida ao Setor Norte, inicialmente como um esforço para manter o estúdio funcionando, mas que rapidamente se transformou em um ato de resistência criativa — e em um novo caminho de expressão artística, com identidade própria.


Com produção musical assinada pelos próprios artistas, “Até o Fim” ainda conta com arranjos e sintetizadores de Marco Lobato (ex-O Rappa) e com a participação da cantora Analu Costa nos vocais de apoio. A canção mistura densidade e delicadeza ao falar sobre esgotamento, solidão e resiliência, com imagens poéticas que acolhem e provocam identificação. “É sobre aquele momento em que você está no meio da multidão e sente que está sozinho. A música tenta acolher esse sentimento e lembrar que você não está”, define Pedro.


Mais do que um projeto musical, o Setor Norte é uma proposta de escuta e conexão. As composições têm vocais confessionais, graves marcantes e letras que observam a realidade sob uma lente empática e direta. “A gente quer conversar com o Brasil que acorda cedo, pega metrô lotado, vive sob pressão. O disco que estamos fazendo é pra essa base”, afirma Rômulo.


O desenvolvimento artístico do Setor Norte é conduzido por dois nomes experientes da indústria: Alexandre Santos, que foi empresário do O Rappa por mais de uma década, e Sergio Affonso, ex-presidente da Warner Music Brasil. Ambos enxergam no duo um dos projetos mais relevantes da nova cena alternativa nacional, tanto pelo conteúdo artístico quanto pela verdade que carrega.


“Até o Fim” é, portanto, um primeiro passo. Um ponto de partida que honra memórias, aponta para o futuro e propõe um tipo de arte que toca e transforma. “Não estamos aqui para impressionar com técnica — a gente quer tocar as pessoas”, resume Pedro.



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