Na última quinta-feira (12), o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, fez aquele apelo aos céus e sancionou a lei que declara Jesus Cristo como “Guardião do Estado do Rio de Janeiro”. A proposta, de autoria da deputada Tia Ju (Republicanos), tramitava desde 2022 e foi aprovada pela Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).
A sanção ocorre em um momento crítico para a segurança pública do estado. Dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) revelam que, somente em janeiro de 2025, houve aumento de 23% nos homicídios dolosos, em comparação ao mesmo mês do ano anterior. Também foi registrado um crescimento de 13% nas mortes decorrentes de ações policiais.
Durante a cerimônia de sanção, Castro afirmou que a medida é um gesto simbólico de fé e esperança. “Vivemos tempos difíceis, e é necessário reafirmar valores como solidariedade, justiça e amor ao próximo”, disse o governador, que possui histórico de forte ligação com movimentos religiosos. A deputada Tia Ju também reforçou a dimensão espiritual da lei, dizendo que “o estado precisa ser guardado por aquele que deu sua vida para nos salvar”.
Críticos à medida apontam que, embora o gesto seja visto com bons olhos por parte da população religiosa, ele não contribui para resolver os problemas práticos enfrentados diariamente pelos moradores do estado, como os altos índices de criminalidade, a falta de efetivo policial, a escassez de equipamentos e a ausência de uma política de segurança articulada.