Adalberto dos Santos Júnior, 36 anos, empresário, desapareceu no dia 30 de maio, após comparecer ao Festival Interlagos Motos, na Zona Sul de São Paulo.
Ele foi ao evento com um amigo, Rafael Albertino Aliste. Segundo Rafael, ambos consumiram cerveja e maconha enquanto assistiam a um show.
Adalberto se despediu dizendo que iria embora, pois tinha um jantar marcado com a esposa, Fernanda Grando, com quem era casado havia 8 anos.
Às 19h48, ele mandou a última mensagem para a esposa. Às 21h12, ela respondeu, mas a mensagem não foi entregue, o celular de Adalberto já estava desligado.
Câmeras do autódromo registraram sua entrada no evento às 12h30, usando boné, camiseta preta, calça jeans, tênis e capacete com câmera acoplada. (Reproducão: Globo)
Pouco antes do desaparecimento, Adalberto gravou imagens com a câmera acoplada ao capacete enquanto circulava pelo festival, registrando o ambiente, as pessoas e a pista, como mostrado no vídeo.
Esse vídeo pode ser uma peça-chave para a investigação, podendo mostrar: Pessoas ou movimentações suspeitas no evento, o momento em que ele sai para buscar o carro e indícios do que aconteceu antes do desaparecimento
Porém, a câmera do capacete não foi encontrada até agora. A polícia suspeita que ela tenha sido retirada propositalmente para apagar provas, indicando tentativa de ocultação.
À noite, não há imagens dele indo até o carro ou deixando o evento. Seu corpo foi encontrado no dia 3 de junho, dentro de um buraco de 3 metros em uma área de obras do autódromo, que tem acesso restrito e é cercada por tapumes.
Estava sem calça e sapatos, vestindo apenas camiseta, cueca e capacete (sem câmera). Celular, carteira, chaves e aliança estavam próximos. Segundo o IML, a causa da morte foi asfixia por compressão torácica. Não havia fraturas, só escoriações leves.
A polícia acredita que ele foi colocado no buraco ainda vivo, mas inconsciente, possivelmente dopado. O carro de Adalberto foi encontrado com manchas de sangue em quatro pontos diferentes: Porta do passageiro, bancos dianteiro e traseiro, e assoalho.
O sangue foi recolhido para exame de DNA. O corpo não apresentava ferimentos que expliquem o sangramento, aumentando o mistério. Próximo ao autódromo, foram encontradas duas calças e um par de botas em lixeiras, mas nenhuma foi reconhecida como sendo dele.
A polícia produziu um croqui em 3D reconstruindo o trajeto de Adalberto no evento: Azul escuro: trajeto interno, Azul claro: trajeto externo. Vermelho: atalho que ele pode ter feito para buscar o carro.
Cinco seguranças do evento e três organizadores já prestaram depoimentos, que duraram horas, acompanhados por advogadas. A investigação busca esclarecer: Quem tinha acesso à área da obra onde o corpo foi achado, possíveis falhas de segurança, protocolos e sinalização no evento.
A esposa afirmou que ele não tinha inimigos. O amigo Rafael não viu brigas ou desentendimentos. A polícia descarta latrocínio (roubo seguido de morte), pois carteira, celular e outros pertences estavam com ele. Só a câmera do capacete sumiu.
A hipótese mais forte é de homicídio com ocultação do corpo, cometido por alguém que conhecia muito bem o local. Os laudos toxicológico, anatomopatológico e subungueal estão em andamento para esclarecer se ele foi dopado ou se houve luta corporal.
O caso segue cercado de dúvidas, sem suspeitos identificados, e a polícia continua com diligências e novas oitivas.