O universo gospel brasileiro foi sacudido nos últimos dias com o desaparecimento repentino de perfis populares especializados em notícias e polêmicas do meio evangélico. Desde a última terça-feira (15), páginas como O Fuxico Gospel e Bastidores do Templo sumiram do ar, provocando alvoroço entre seguidores e levantando suspeitas de censura digital.
Uma reportagem do Portal Léo Dias analisou o impacto da remoção e trouxe à tona detalhes sobre a repercussão entre os fiéis. Com mais de 300 mil seguidores, O Fuxico Gospel era conhecido por cobrir de forma crítica os bastidores das igrejas e personalidades cristãs. A exclusão da página pegou os administradores de surpresa. Izael Nascimento, criador do canal e figura polêmica dentro da comunidade evangélica, declarou que não recebeu qualquer notificação prévia ou explicação oficial da plataforma sobre a remoção.
Sem acesso ao conteúdo nas redes tradicionais, muitos usuários migraram para outras plataformas em busca de atualizações. Nos comentários, a reação foi imediata: questionamentos, desabafos e teorias tomaram conta do ambiente digital.
O canal Eu, Você e a Palavra apurou que a retirada do ar pode ter ligação com uma onda de denúncias em massa. Recentemente, O Fuxico Gospel havia publicado matérias envolvendo o advogado Jeferson Brandão, atualmente em uma batalha judicial com a Igreja Metodista, que enfrenta um rombo bilionário e um processo de recuperação judicial. Segundo relatos, publicações sobre o “colapso financeiro” da instituição desagradaram lideranças e podem ter motivado uma retaliação coordenada.
Outro canal atingido foi o Bastidores do Templo, voltado para críticas a doutrinas e condutas de figuras religiosas. Seu responsável, Daniel Gramado, publicou um vídeo afirmando que a remoção de sua conta é parte de um esforço para calar vozes dissidentes dentro do meio evangélico. “Já esperava por isso. O que eu digo incomoda. Já recebi ameaças de advogados e sigo sendo vigiado”, afirmou.
Sem canais oficiais, os criadores agora enfrentam o desafio de manter sua audiência informada e buscar novos caminhos para continuar sua atuação. Entre os fiéis, o sentimento dominante é de que há uma tentativa de silenciar críticas e controlar a narrativa no cenário gospel brasileiro.