Internado desde o último domingo (13/4), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) completou nesta quinta-feira (17/4) quatro dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital DF Star, em Brasília. Ele foi submetido a uma cirurgia de aproximadamente 12 horas para tratar uma obstrução intestinal e permanece sob cuidados médicos intensivos, ainda sem previsão de alta.
Segundo boletim médico divulgado na quarta-feira (16/4), Bolsonaro apresenta boa evolução clínica, sem sinais de dor, sangramentos ou outras complicações. A equipe médica destaca que seu estado de saúde é estável, mas exige atenção contínua no período pós-operatório.
Durante a internação, o ex-presidente mantém atividade frequente nas redes sociais. Publicações mostram momentos da rotina hospitalar, como sessões de fisioterapia motora e respiratória, acompanhadas por profissionais de saúde. Os exercícios têm como objetivo estimular o funcionamento do organismo e prevenir riscos como infecções e trombose.
As visitas continuam restritas por orientação médica, com o apoio da esposa, Michelle Bolsonaro. Apenas familiares próximos e membros da equipe de saúde têm acesso ao ex-presidente. Em uma publicação, Bolsonaro explicou que a restrição busca proteger sua recuperação, evitando estímulos que possam comprometer a cicatrização da parede abdominal.
“Apenas familiares e profissionais de saúde estão autorizados a acompanhar de perto. Isso é essencial para evitar conversas e estímulos que possam causar dilatação e até mesmo descolamento da parede abdominal — riscos que precisam ser evitados com máxima cautela, diante do que foi enfrentado na sala de cirurgia”, escreveu.
O ex-presidente classificou a cirurgia recente como a mais invasiva desde o atentado sofrido em 2018, durante a campanha eleitoral em Juiz de Fora (MG), que comprometeu seu sistema digestivo. Desde então, ele passou por diversas intervenções relacionadas à região abdominal.
O procedimento realizado no domingo visou tratar uma obstrução intestinal e reconstruir parte da parede abdominal. De acordo com o cirurgião Claudio Birolini, responsável pela operação, o quadro é complexo, e ainda não há uma solução definitiva para os problemas intestinais de Bolsonaro.
Birolini explicou que o ex-presidente possui um quadro conhecido como “abdômen hostil” — uma condição causada por cirurgias anteriores ou processos inflamatórios, que provocam cicatrizes internas e aderências entre órgãos e tecidos. Essas aderências, chamadas de bridas, podem causar dor, distensão abdominal e novas obstruções intestinais, exigindo acompanhamento médico contínuo.
Fonte: metropoles