Uma servidora da Justiça, de 37 anos, é suspeita de desviar mais de R$ 210 mil dos cofres públicos por meio da expedição de alvarás fraudulentos no Paraná.
Segundo o delegado Derick Moura Jorge, a funcionária pública acessava processos que estavam há tempos sem movimentação no sistema judiciário e emitia documentos falsos, nomeando um familiar como beneficiário de valores que deveriam ser destinados a partes legítimas, peritos e procuradores. Posteriormente, o familiar repassava o dinheiro à servidora, que foi afastada de suas funções após a descoberta do esquema.
Ainda de acordo com a investigação, a mulher foi indiciada por desviar mais de R$ 10,5 mil da comarca de Ponta Grossa, entre abril e setembro de 2024, e é investigada pela suspeita de ter subtraído outros R$ 200 mil da comarca de Teixeira Soares — ambos municípios localizados nos Campos Gerais do Paraná.
Após ser descoberta, a servidora confessou a prática dos crimes relacionados à comarca de Ponta Grossa e devolveu os valores. “No entanto, tal circunstância não elimina a prática criminosa, servindo apenas como possível atenuante em eventual dosimetria de pena”, destacou o delegado.
Ela foi indiciada por peculato, crime previsto no artigo 312 do Código Penal, que descreve: “apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio”. A pena varia de dois a doze anos de prisão, além de multa.
O inquérito foi encaminhado ao Ministério Público (MP), que decidirá se apresentará denúncia criminal contra a investigada. O nome da servidora não foi divulgado. O g1 tenta localizar a defesa da acusada.
fonte: g1.globo