A polêmica entre o Padre Fábio de Melo e o ex-gerente de uma cafeteria em Joinville (SC) ultrapassou as redes sociais e chegou até o Vaticano. O caso, que começou com a demissão de Jair José Aguiar da Rosa após um desentendimento exposto na internet, agora está nas mãos da Congregação para a Doutrina da Fé, órgão da Igreja responsável por apurar denúncias contra religiosos.
A queixa foi feita por um bispo de Santa Catarina. Ele teria apontado que a atitude do padre não condiz com os valores cristãos, sugerindo que faltou empatia e cuidado na condução do episódio com o ex-funcionário. Ainda que não haja punição prevista, a denúncia fica registrada no histórico do religioso.
O caso ganhou mais força no fim de maio, quando Jair decidiu entrar na Justiça contra o padre e contra a cafeteria Havanna. Segundo o sindicato da categoria, a ação cível contra o padre já foi iniciada, e a trabalhista contra a empresa está em fase de preparação. O argumento central é que a empresa teria jogado toda a responsabilidade para o funcionário para se blindar da repercussão.
O advogado Eduardo Tocilo, que representa Jair, afirmou que houve excesso na exposição pública do caso e falta de suporte ao trabalhador. Para ele, a demissão foi uma forma de afastar o problema sem lidar com as consequências internas da situação.
Desde a polêmica, a defesa de Jair alega que o rapaz tem enfrentado problemas emocionais. Segundo o sindicato, ele foi diagnosticado com depressão e precisou trancar a faculdade a apenas três meses da formatura. O episódio, que começou como um vídeo viral, agora tem desdobramentos pessoais, jurídicos e até religiosos.